sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A força do mau hábito


Pesquisa revela que quase 80% dos mineiros não se exercitam no tempo livre. Sedentarismo, associado ao álcool, tabaco, MÁ ALIMENTAÇÃO e falta de exames rotineiros, contribui para que quase um terço da população sofra de doenças crônicas.


Físicos dizem que toda ação provoca uma reação. A saúde dos mineiros não foge a esse princípio, como mostra o levantamento “Hábitos de vida saudável”, que compõe a Pesquisa por Amostra de Domicílios (PAD), divulgado ontem pela Fundação João Pinheiro (FJP). Um quadro composto por má alimentação, bebida alcóolica e cigarro, além da falta de atividade física e de exames preventivos, tem como consequência imediata o acometimento de quase um terço da população (29%) por doenças crônicas, desde a hipertensão arterial, diabetes, cardiopatias até depressão.

Segundo o estudo, 78,7% dos mineiros não praticavam em 2011 exercícios físicos em seu tempo livre e apenas 13,9% o faziam suficientemente, ou seja, conforme parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS). A carne vermelha, rica em gordura, fazia parte do cardápio diário de 23,9% dos mineiros, que ainda não sabem montar um prato tão nutritivo quanto recomendam os especialistas. Quase um terço (31,7%) da população consome menos de cinco porções de frutas, legumes e verduras por dia, e mais da metade (45,9%) não tira a “gordurinha” da carne durante as refeições.

Ao lado da refeição pesada, a bebida alcóolica. Um quarto dos mineiros acima de 14 anos admitiram beber regularmente e 13,5% deles assumiram ser fumantes, hábito associado a pelo menos 50 tipos de doenças. Os exames preventivos também não estão em dia. Segundo a pesquisa, 43,9% dos entrevistados não fizeram exames de glicose e colesterol nos 12 meses anteriores ao levantamento e 22,7% não mediram a pressão arterial. “Minas é o único estado que tem um estudo dessa profundidade e o relatório vai basear a elaboração de políticas públicas para atacar os problemas identificados”, disse a pesquisadora da Fundação João Pinheiro Mirela Castro.

Na avaliação do cardiologista Evandro Guimarães, integrante do Comitê de Prevenção da Sociedade Mineira de Cardiologia, a pesquisa revela uma falta de vontade das pessoas de mudar seus hábitos. “As pessoas têm informação, mas a grande maioria acha que não vale a pena fazer sacrifícios e que nunca vai acontecer nada com ela. O problema é que grande parte dessas doenças cardiovasculares são silenciosas e os hábitos de vida saudáveis estão intimamente relacionados a elas”, afirma o médico.

Segundo ele, a recomendação é fazer exames preventivos uma vez por ano. “Quando há histórico familiar de doenças cardíacas e diabetes, o primeiro exame de colesterol e glicose deve ser aos 10 anos. No caso da hipertensão, pediatras já começam a fazer aos 2 anos”, afirma Guimarães.

Dieta preocupante 

Para a assessora técnica do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado de Minas Gerais (Consea-MG) Daniella Perdigão, os índices de gordura no prato do mineiro estão preocupantes. “A maior parte da população hoje tem sobrepeso. A gente é muito do que come. Se não pararmos para pensar na saúde, amanhã as doenças estarão aí para nos mostrar isso”, alerta. Mas uma grande parte da população não tem tomado o devido cuidado ao se alimentar. O consumo regular de frutas, legumes e verduras caiu de 2009, data da última pesquisa, para cá: passou de 74,1% para 68,3% da população acima de 14 anos. “Muitas crianças não são acostumadas a comer legumes e as pessoas a cada dia comem mais fora de casa, em fast foods. Há uma campanha que preconiza o consumo de pelo menos cinco porções de verduras, frutas e legumes por dia”, afirma Daniella.

Gerente de um restaurante na Savassi, Juceliane Matos, de 35 anos, reconhece que não consegue se livrar de alguns maus hábitos. Com 1,54m e 135 quilos, ela assume ter um único vício: a comida. “Está na cara, né? Como arroz, feijão, não como nada de salada. Gosto muito de massa e não pratico exercício físico nenhum”, descreve. Como consequência, a gerente diz já ter problema de pressão alta. Ainda assim, ela resiste a fazer controle médico. “Só vou (ao médico) quando o bicho pega, mesmo”, reconhece. 

Fonte: Jornal Estado de Minas

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Beber cerveja não deixa barriga saliente, afirmam especialistas

 
Tomar até duas latas de cerveja não é o suficiente para engordar e ficar com uma barriguinha saliente. É o que destaca a revista Popular Science Brasil de dezembro. A quantidade de duas doses da bebida é considerada segura pela OMS (Organização Mundial de Saúde). "Quando os homens engordam, o aumento fica concentrado no abdome; soma-se a isso o fato da cerveja fermentar e distender a região abdominal por alguns minutos. Essa junção de elementos criou o mito de que cerveja dá barriga", afirmou endocrinologista Wilmar Accursio à publicação.

Além disso, a revista destaca que, segundo estudos, pessoas que consomem grande quantidade de cerveja (mais de duas latas por dia) ganham mais peso pelo excesso da bebida e não acumulam a gordura necessariamente no abdome. "O padrão de acúmulo em determinada região do corpo é mais ligado a fatores genéticos do que a ingestão de bebida", explicou o gastroenterologista Bruno Queiroz para a revista.

No entanto é preciso observar bem os acompanhamentos da bebida, que muitas vezes são os reais vilões do abdome sequinho. "Escolha petiscos mais saudáveis, como mix de castanhas, espetinhos de tofu com legumes, queijo branco, tomate cereja ou kani kama, pode ser uma boa saída para driblar os salgadinhos gordurosos", indicou a nutricionista clínica e esportiva Myrla Merlo.

Outro alimento indicado pela nutricionista Camila Leonel, ouvida pela publicação, são as brusquetas com tomate, azeite, orégano e recheio de vegetais e queijos leves. "Se tiver apenas salgadinhos, tenha bom senso na quantidade; afinal, batata, mandioca, polenta, camarão, peixe e linguiça são petiscos fritos e devem ser evitados", afirmou.

Nutritiva

A publicação afirma que a cerveja é a terceira bebida mais consumida no mundo, atrás apenas da água e do chá, e tem vitaminas do complexo B, como a B12, B9 e B6, e o levedo, indicado para dietas de emagrecimento por ter quantidades elevadas de proteína, ferro e outros minerais.

Além de equilibrar e regenerar a flora intestinal, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), a bebida possui 400cal/litro e em termo de proteína equivale ao consumo de 100 g de carne, 700 ml de leite integral ou seis ovos cozidos.

Confira a entrevista completa do Dr. Bruno Sander na edição de dezembro da Revista Popular Science Brasil, já nas bancas!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A luta contra a obesidade e o prejuízo à saúde e sociedade

 
Inimiga da boa saúde, a obesidade pode causar problemas cardiovasculares, artrose, complicações no fígado e diabete tipo 2
 
Sim, a humanidade está tornando-se obesa. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que já temos cerca de 700 milhões de obesos no mundo. É confirmado, também, pelos centros de pesquisa que a obesidade é a 2ª. maior causa do câncer, perdendo apenas para o cigarro. No Brasil, as pessoas com sobrepeso já correspondem a cerca de 16% da população, mas em muitos países, como nos EUA, esse índice já supera a casa dos 30%.
 
Inimiga da boa saúde, a obesidade pode causar problemas cardiovasculares, artrose, complicações no fígado e diabete tipo 2. Segundo o Sistema único de Saúde (SUS), a obesidade já provocou custos da ordem de R$ 11 milhões (em internações e atendimento ambulatorial) só no primeiro semestre deste ano. A atração exercida por comidas bonitas – e calóricas, o estímulo ao sistema nervoso, como um meio de recompensa e prazer, provocada pela dopamina. Rotina estressante, correria, refeições feitas fora de casa durante toda a semana, hábitos que valorizam os “vilões” do cardápio. Na verdade, uma combinação de fatores que levam ao ganho de peso. Alimentos ricos em sódio (que atrai as moléculas de água e provoca o aumento de sangue nas artérias), excesso de açúcar - o que entre outros males, podem causar muito mal ao fígado. Hoje já existem estudos mais precisos sobre uso de adoçantes, alimentos diets e lights, o consumo exagerado de refrigerantes, as farinhas brancas, os caminhos que conduzem à saciedade.

“O fato é que o equilíbrio continua sendo a escolha inteligente e fazer bom uso das informações que dispomos atualmente também. Atividades físicas regulares, exames de rotina e uma orientação nutricional que vá de encontro ao seu biotipo e suas necessidades, a ajuda de um profissional que desenvolva uma alimentação com opções, onde prazer e saúde possam ser combinados de forma a gerar uma qualidade de vida é fundamental. Combinar sabor e saúde pode ser a chave de se prevenir muitos problemas”, orienta Daniela Campi, nutricionista.
 
Fonte: Portal Exame