quarta-feira, 18 de julho de 2012

Balão intragástrico reduz apetite, mas é preciso mudar hábitos

Procedimento é recomendado para pessoas com IMC a partir de 27. É importante adotar hábitos saudáveis após colocar o balão.


Emagrecer é um desejo da maioria das pessoas. Mas, quando esse desejo envolve a saúde, a necessidade é ainda maior. Algumas pessoas tentam perder peso com tratamentos clínicos, acompanhamento de especialistas como nutricionistas, preparadores físicos e psicólogos, mas mesmo assim, não conseguem.

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, o excesso de peso e a obesidade aumentaram nos últimos seis anos. A proporção de pessoas acima do peso avançou de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011. No mesmo período, o percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8%.

Nesses casos de super obesidade, as pessoas recorrem à colocação do balão intragástrico, um procedimento que reduz a capacidade do estômago pela metade e provoca a perda de apetite e a saciedade, auxiliando no emagrecimento. Mas é importante se consultar com um médico que avalie o caso para recomendar ou não o uso do balão.

Sucesso do tratamento

De 100 pacientes que colocam, 75 conseguem cumprir a meta mínima, que é perder 10% do peso. Mas, dos pacientes que conseguem emagrecer, 47% recupera o peso após um ano da retirada do balão.

Ou seja, não adianta recorrer ao procedimento se, paralelamente, os hábitos não forem alterados.

A colocação é apenas um tratamento auxiliar, não uma cirurgia, e deve ser temporária, ou seja, o balão permanece no estômago por seis meses. Além disso, ele não provoca nenhuma mudança metabólica.

 
Estudos mostram que, diferente da cirurgia bariátrica, o balão tem eficácia limitada e não provoca mudanças fisiológicas e hormonais capazes de controlar as doenças associadas à obesidade, como diabetes.

 
Apesar de ser mais recomendado para pessoas com o indíce de massa corporal (IMC) a partir de 27, obesos que precisam fazer a cirurgia, mas correm alto risco, também podem usar o balão. A medida serve como um pré-operatório, para reduzir problemas anestésicos, operatórios e clínicos.

Pessoas com IMC entre 30 e 35 também podem colocar o balão, desde que tenham alguma doença relacionada à obesidade, como hipertensão, diabetes e problemas articulares.

A maior parte dos pacientes coloca o balão para diminuir peso e fazer a cirurgia bariátrica.

Como é colocado

O balão intragástrico é feito de silicone e o volume de soro que ele armazena varia entre 400 ml e 700 ml. Com o paciente anestesiado ou sedado, ele é colocado através da endoscopia: entra vazio pela boca, passa pelo esôfago e chega ao estômago.

O balão é insuflado através de um conector, que injeta soro fisiológico com azul de metileno para identificar quando ele se rompe. Quando isso acontece, a urina sai azul ou esverdeada, indicando que houve um problema.

Quando o balão esvazia espontaneamente, é como se fosse um pneu de carro que fura e murcha lentamente, não é como uma bexiga que estoura. Nestes casos, ele deve ser retirado. Para ser retirado, também é feita a endoscopia: é feita uma pequena perfuração no balão, é aspirado o líquido e ele é removido.

Nos primeiros dias após a colocação do balão, o paciente pode sentir náusea, vômito e cólica. Isso ocorre porque o corpo tenta expelir o balão. As náuseas são comuns porque o balão aumenta o volume de suco gástrico no estômago na tentativa de colocá-lo para fora.

 
Os médicos afirmam que o procedimento não é coberto pelo SUS e custa em torno de dez mil reais.

Dieta
A dieta diária para quem coloca o balão intragástrico varia de 850 a 1200 calorias.

Não é possível quantificar somente uma refeição, pois vai depender da forma como o paciente consegue ingerir. O importante é que a pessoa hidrate-se ao longo do dia.

O paciente mantém uma dieta líquida nos primeiro 21 dias após a colocação do balão.

Nessa fase só é permitido tomar isotônicos, água de coco, picolé de frutas e chá. Após este período, são acrescentados alimentos mais cremosos, como sopas. Depois de 30 dias, o paciente começa a ingerir alimentos sólidos, mas numa quantidade muito pequena.

Veja outras orientações de especialistas sobre o uso do Balão Intragástrico e depoimentos de pacientes que passaram pelo procedimento, acesse:

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