terça-feira, 28 de maio de 2013

Endoscopia: tire nove dúvidas sobre o exame que detecta refluxo e gastrite


Ele deve ser feito por profissional especializado e paciente deve estar acompanhado

Dor de estômago, refluxo e azia são alguns sintomas que não dão trégua a algumas pessoas. Apesar de a causa normalmente ser uma alimentação inadequada, esses podem ser sinais de doenças mais graves, como gastrite, inflamações ou mesmo tumores. O exame que identifica essas doenças é a endoscopia gástrica alta, um procedimento que analisa a mucosa do esôfago, estômago e primeira parte do intestino delgado. Ele é feito usando um tubo sensível (endoscópio) que possui na ponta um chip, responsável por capturar as imagens do sistema digestivo, como uma câmera. O exame é oferecido pelo SUS e também pode ser feito em clínicas particulares. Quer saber mais sobre a endoscopia? Confira o que dizem os especialistas: 

Como a endoscopia funciona?

Em primeiro lugar, é aplicado um sedativo intravenoso e, dependendo da sua escolha ou do médico, é feita também uma anestesia local na garganta, a base de xilocaína. "Essa anestesia é borrifada pela cavidade bucal com um spray, para impedir tosse ou engasgos", diz o especialista Sérgio Bizinelli. Um protetor de boca também poderá ser inserido para proteger seus dentes do endoscópio. Depois que os sedativos fizerem efeito, o endoscópio é inserido, por meio do esôfago, no estômago e no duodeno. O chip captura as imagens e as passa para uma máquina processadora, que exibe as imagens por uma tela em tempo real. "O revestimento do duodeno, esófago, estômago e superior é examinado e biópsias podem ser retiradas com o endoscópio, se necessário", afirma o endoscopista Sérgio. Por conta da sedação, o paciente não sente nenhuma dor e nem se lembra do procedimento. 

Qual é o profissional habilitado a fazer esse exame?

Médicos gastroenterologistas e, preferencialmente, com título em Endoscopia ou certificado de área de atuação em Endoscopia Digestiva.

É necessário estar acompanhado para fazer o exame?

"É importante que o paciente esteja acompanhado, pois a sedação o deixará impossibilitado de discernir determinadas atitudes ou se locomover sozinho", explica o gastroenterologista Décio Chinzon. Além disso, é obrigatório o paciente menor de 18 anos estar acompanhado de um responsável.

É preciso tomar algum cuidado no dia anterior?

"O essencial é manter um jejum absoluto durante 8h a 12h horas antes do teste e assinar um termo de consentimento", explica o gastroenterologista Sérgio. Em alguns casos, o médico pode orientar o paciente a cessar o uso de medicamentos que diluem o sangue, como aspirinas, dias antes do exame. "Esses tipos de pormenores, como uso de medicamentos e doenças pré-existentes, são resolvidos caso a caso com o médico", completa Décio Chinzon.

Posso sair do hospital e fazer minhas atividades normalmente?

"Por conta da sedação, o paciente não estará hábil a realizar qualquer atividade que exija muita concentração, como trabalhar ou dirigir", explica o gastroenterologista Décio. Sendo assim, o ideal é que ele saia do hospital e fique em repouso, até o efeito do sedativo cessar completamente. Além disso, o anestésico local deixa o paciente com dificuldades para engolir, e ele também pode sentir o estômago inchado por conta do ar que foi colocado em seu corpo através do endoscópio - mas esses últimos sintomas tendem a desaparecer pouco tempo depois do exame.

Ele apresenta algum risco?

As chances de erros ou riscos são mínimas. "No entanto, pode ocorrer o sangramento no local onde é realizada a biópsia", afirma o gastroenterologista Sérgio. "Outro risco em potencial inclui uma reação alérgica aos sedativos utilizados, e uma pequena chance de haver perfuração no estômago, duodeno ou esôfago", completa. Pessoas que tem reação aos medicamentos usados no exame podem sofrer com dificuldade em respirar, transpiração excessiva, pressão arterial baixa, bradicardia e espasmos da laringe.

Ele pode indicar quais doenças?

O esôfago, estômago e duodeno devem apresentar uma cor rosada e textura suave e uniforme. Não deve haver nenhum sangramento, tumores, úlceras ou inflamação - qualquer alteração dessa ordem será analisada. A endoscopia gástrica alta pode indicar uma série de patologias, como doença celíaca, esofagite, gastrite, doença do refluxo gastroesofágico, estreitamento do esôfago, tumores e câncer no esôfago, estômago ou duodeno, úlceras gástricas e úlceras duodenais. O exame também é indicado para a pesquisa do Helicobacter pylori, bactéria responsável pela maioria das úlceras e muitos casos de inflamação do estômago (gastrite crônica).

O exame pode ser usado para o acompanhamento de alguma doença?

Sim, tudo dependerá da decisão do médico. "Qualquer doença relacionada aos órgãos do sistema digestivo, como gastrite crônica ou Doença de Crohn, podem ter o tratamento acompanhado com endoscopias", explica o gastroenterologista Décio. Além disso, a endoscopia também pode ser feita para tratar uma doença - é a chamada endoscopia terapêutica. "Nesse caso, o médico usa as imagens geradas pelo exame para fazer a retirada de um pólipo, por exemplo, eliminando o problema." 

Tem alguma contraindicação?

Não existem contraindicações muito severas para a endoscopia, mas alguns cuidados a mais devem ser tomados em pessoas que tem problemas cardíacos, respiratórios ou neurológicos, além de pacientes com alergia a medicações. Se você estiver em qualquer uma dessas situações, deve avisar o médico antes de marcar o exame. "Gestantes no primeiro trimestre de gravidez também têm ressalvas para esse tipo de exame, pois as medicações utilizadas podem interferir na formação do tubo neural do bebê", afirma Sérgio Bizinelli. 
Fonte: Portal Minha Vida

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