Especialista esclarece todas as dúvidas sobre este
novo modelo e aponta várias desvantagens em relação ao atual balão
Nas
últimas semanas foi lançado e começou a ser usado na Grã-Bretanha um novo
modelo do Balão Intragástrico, desta vez deglutível, para perda de peso. Ele parte
do mesmo princípio do balão até então usado, de ocupar parte da área de reserva
do alimento, dentro do estômago, induzindo o paciente a ingerir uma quantidade
menor, o que ajudaria no processo de emagrecimento.
O novo balão é engolido e quando
chega ao estômago é inflado por um tubo muito fino, que depois é recolhido pelo
médico. O procedimento dura 15 minutos e cada paciente pode receber até três
balões durante o tratamento. Três meses depois, eles são desinflados e
retirados em uma endoscopia.
Riscos e desvantagens
Porém,
o médico gastroenterologista Bruno Sander, especialista em tratamento para
obesidade com uso do Balão Intragástrico e diretor clínico da Clínica Sander,
em Belo Horizonte, alerta que existem alguns fatores importantes que devem ser
considerados. “Este novo balão, por ser engolido, sem um acompanhamento endoscópico,
pode ficar impactado no esôfago e, se isso acontecer e o mesmo for insuflado,
pode haver o rompimento do órgão e levar o paciente a óbito”.
Outro
ponto ressaltado pelo médico é sobre o preenchimento do balão. “Ele é
preenchido com ar e se ocorrer o rompimento o paciente não tem como saber que
aconteceu e o balão pode migrar para o intestino, levando a sua obstrução. E
para corrigir o quadro é necessário removê-lo por cirúrgica. Se ele não for
removido e houver obstrução intestinal, pode levar também ao óbito do paciente”.
O
especialista lembra que o atual balão é preenchido com soro e um corante azul,
para caso ocorra o rompimento desse, o corante seja absorvido e eliminado na
urina. “Desta forma o paciente tem como saber que houve o rompimento e procurar
o médico para retirá-lo por endoscópica, antes que ele migre para o intestino e
possa obstruí-lo”.
Mais
uma desvantagem apontada por Sander, em relação à colocação do novo balão, é
que sem a realização de um exame endoscópico durante a introdução no estômago
“se houver qualquer complicação, como um simples engasgo com obstrução de vias
aéreas, pode não haver tempo hábil para reverter o quadro gerando muitos riscos
ao paciente”, afirmou.
Resultado
Além dos
aspectos citados anteriormente, o volume máximo que o novo balão comporta é de 300
ml, enquanto o tradicional chega a até 700 ml, aumentando as chances de um
resultado melhor. “Isto geraria uma saciedade bem menor e, talvez, a perda de
peso não seja tão eficiente quando comparada a do balão atual”, completou Bruno.
O tratamento, disponível na
Inglaterra, ainda não foi aprovado pela agência que controla remédios e
alimentos dos Estados Unidos e seu uso
também não foi liberado no Brasil. Por isso, o médico reforça que por ser recém-lançado e ainda não aprovado por
alguns países, o novo método deve ser visto com muito cuidado e cautela.
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